Pesquisar
Close this search box.

Justiça suspende implantação de escolas cívico-militares em São Paulo

O desembargador Figueiredo Gonçalves, do Tribunal de Justiça de São Paulo, suspendeu a lei que instituiu as escolas cívico-militares no estado, sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em maio deste ano. Conforme reportado pela Folha de S. Paulo, a decisão liminar atendeu ao pedido da Apeoesp (sindicato dos professores da rede estadual), interrompendo a vigência da lei até que o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronuncie sobre uma ação que questiona a constitucionalidade desse modelo.

A ação direta de inconstitucionalidade (ADI), movida pelo PT, PSOL e PCdoB em 2021, desafia a legalidade de uma lei estadual similar no Paraná, que ainda está pendente de julgamento. Após a aprovação da lei em São Paulo, promotores e defensores públicos também requisitaram a declaração de inconstitucionalidade da medida.

Conforme a ADI, a lei estadual viola os princípios democráticos da educação pública previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Plano Nacional de Educação. Na decisão de terça-feira (6), Gonçalves ressaltou que a suspensão é necessária para “evitar possíveis prejuízos pela implementação do programa”, até que o STF delibere sobre a questão.

“Não se trata, desde já, de impor a interpretação sobre a inconstitucionalidade da lei estadual questionada nesta ADI. Contudo, inegavelmente, há controvérsias sobre o direito, que justificam a cautela neste momento, para que se conceda a liminar requerida, até decisão definitiva sobre o tema”, afirmou o magistrado em um trecho da decisão, conforme a reportagem.

Aproximadamente 300 escolas estaduais demonstraram interesse inicial no modelo, e a Secretaria Estadual de Educação fixou o prazo até o dia 15 para consultas com alunos, pais e professores sobre a adesão. No entanto, a proposta gerou controvérsias, com mobilizações de estudantes em várias escolas estaduais, como a Escola Estadual Vladimir Herzog, em São Bernardo do Campo, e a Escola Estadual Conceição Neves, em Cotia, alegando que os diretores não consultaram a comunidade escolar.

Adicionalmente, um diretor em São Paulo foi afastado após orientar professores a não expressarem publicamente suas opiniões sobre o modelo, conforme comunicado da Escola Guiomar Rocha Rinaldi. Críticos do modelo argumentam que a militarização de escolas civis não é prevista na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) ou em qualquer legislação federal, sugerindo que estados e municípios não têm autonomia para implementar tais iniciativas.

A posição do STF em casos como o homeschooling, onde a corte declarou ser competência legislativa exclusiva da União, reforça essa perspectiva. Também é questionada a conformidade do modelo com o artigo 206 da Constituição Federal, que defende a liberdade de aprender e o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas.

Gostou do conteúdo? Compartilhe!

Aviso sobre Comentários


Por favor, esteja ciente de que os comentários neste site são feitos através do Facebook. É importante lembrar que o conteúdo dos comentários é de total responsabilidade de quem os escreve e não reflete necessariamente a opinião do nosso site. Comentários que infringirem a lei, a moral, os bons costumes ou os direitos de terceiros podem ser denunciados pelos usuários, podendo resultar na exclusão da conta do autor.

FAÇA SUA DOAÇÃO

MAIS NOTÍCIAS

Editar perfil
Indicado pela Liderança
Nova Liderança
Local de votação
Status Voto*
Visual Carros
Visual Residência
Nome*
Email*
Whatsapp*
Dia de Nascimento
Mês de nascimento
Ano de nascimento
CEP
Rua
Número
Bairro
Cidade
UF