Uma reportagem realizada por Thainá Lana do jornal DGABC trouxe à tona o impacto devastador da privatização da água na vida dos andreenses. Fabiana da Silva de Lima, comunicadora social e moradora do Jardim Santo André, expôs a situação angustiante que ela e outros residentes enfrentam diante do aumento absurdo nas contas de água.
Em um período de apenas quatro meses, o valor da conta de água da família de Fabiana quadruplicou, passando de uma média mensal de R$ 196 para um assombroso montante de R$ 879 em fevereiro deste ano. Esta disparidade alarmante não é um caso isolado, pois outros moradores da Rua Gamboa também relataram aumentos excessivos em suas contas.
Fabiana relata que a elevação dos valores começou de forma gradual. Em dezembro do ano anterior, a fatura emitida pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) já apresentava um valor preocupante de R$ 490, que posteriormente saltou para R$ 713 em janeiro deste ano.
“A situação é desesperadora. Um grupo de 10 pessoas aqui na rua também teve aumentos abusivos, alguns conseguiram resolver, mas outros ainda aguardam providências. Houve uma casa em que a conta chegou a R$ 1 mil”, destaca Fabiana, refletindo a aflição compartilhada por diversos moradores.
As tentativas de Fabiana em buscar esclarecimentos junto à Sabesp, por meio dos canais de atendimento da companhia, foram infrutíferas. Todas as solicitações foram indeferidas, com a alegação de que os valores estavam corretos com base no volume de água utilizado no mês. No entanto, para Fabiana e outros afetados, esta justificativa parece desprovida de sentido e transparência.
A situação se agrava diante da privatização do Semasa, realizado pelo prefeito Paulo Serra. A incerteza paira sobre os moradores, que agora enfrentam não apenas o aumento exorbitante nas contas de água, mas também a possibilidade de uma gestão privatizada da Sabesp, agravando a insegurança e ansiedade de todos.
O acesso universal à água é um direito humano essencial. Ele não deve ser limitado pela condição social ou econômica dos cidadãos. A privatização da água não só desrespeita esse direito fundamental, mas também expõe os moradores a injustiças financeiras e incertezas sobre um serviço tão básico e vital.
Neste contexto, é urgente que as autoridades responsáveis revejam as políticas de privatização e garantam que o acesso à água permaneça justo, acessível e de qualidade para todos os andreenses. A luta pelo direito à água não pode ser silenciada diante de interesses econômicos, pois o bem-estar e a dignidade de toda uma comunidade estão em jogo.