Para Pochmann, Brasil precisa se libertar da financeirização da economia

No programa PT Conexões Brasil desta quarta-feira (19), a presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), conversou com o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), economista Marcio Pochmann, sobre a situação atual do país e os desafios futuros. Pochmann argumentou que o neoliberalismo é inadequado para resolver os problemas nacionais, destacando a necessidade de um papel central do Estado no desenvolvimento econômico.

 

“Para garantir o pleno emprego e enfrentar desigualdades pessoais, familiares e regionais, o Estado deve desempenhar um papel primordial, como mostram as experiências internacionais”, afirmou Pochmann.

 

Ele também destacou que o Brasil tem potencial para se tornar um país desenvolvido e industrializado. No entanto, a prevalência da financeirização e especulação econômica continua a bloquear esse progresso. “Temos recursos, tecnologia e mão de obra. O problema não é econômico, mas político. Precisamos transitar de uma economia financeirizada para uma que valorize o investimento produtivo e fortaleça salários e empregos”, explicou.

 

Pochmann afirmou que a continuidade da dominância financeira sobre a economia real dificultará a transformação do Brasil em um país desenvolvido.

 

Nova globalização

Questionado por Gleisi Hoffmann sobre a nova ordem internacional multipolar e a reorientação da política externa brasileira, Pochmann defendeu uma nova globalização que inclua os países em desenvolvimento do Sul Global. Ele ressaltou a importância do Brasil como um dos protagonistas dos BRICS, grupo que agora inclui 10 países e continua a atrair novos membros.

 

Pochmann mencionou a “desdolarização” da economia global, referindo-se ao movimento dos países para realizar transações em moedas diferentes do dólar americano. Ele destacou a necessidade do Brasil se preparar melhor para essa realidade.

 

Soberania dos dados

À frente do IBGE, Pochmann trabalha pela transição digital do Brasil e pela proteção dos dados oficiais públicos contra as grandes empresas de tecnologia. Ele propõe a criação do Sistema de Geociência, Estatísticas e Dados (Singed), que centralizaria e protegeria as informações produzidas por órgãos do Estado.

 

Pochmann alertou que a falta de integração dos bancos de dados setoriais no Brasil impede uma compreensão completa das informações. Ele também destacou o risco representado pela falta de regulação das big techs no país, que coletam dados dos usuários sem controle.

 

“As grandes corporações transnacionais usam os dados gerados nas redes sociais para seus negócios, e o Brasil não possui nenhuma empresa nesse nível”, afirmou Pochmann.

 

Democracia brasileira

Por fim, Pochmann abordou o descrédito na democracia e na classe política, um cenário propício ao surgimento de movimentos sectários, como ocorreu no passado. Ele lembrou que o nazismo e o fascismo tiveram presença significativa no Brasil na década de 1930, ressaltando os riscos de uma democracia que não atende às aspirações da maioria.

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