O governo de Paulo Serra em Santo André tem sido marcado por uma retórica de grande gestor, mas os recentes eventos envolvendo a decisão de recuar na destruição do Parque da Juventude revelam falhas críticas em seu planejamento e na abordagem de questões essenciais para a cidade.
Inicialmente, a administração planejou construir um piscinão embaixo do Parque da Juventude Ana Brandão como parte das medidas de combate às enchentes na cidade. No entanto, técnicos da Prefeitura e uma consultoria contratada pelo Paço identificaram que outras soluções, como a abertura de oito reservatórios, o alargamento do piscinão da Vila América e reajustes na calha do córrego Guarará, seriam suficientes para conter e escoar as águas pluviais. Isso levanta a questão de por que o governo não previu isso inicialmente e por que insistiu em destruir o parque.
Além disso, é importante destacar que em 2020, a Prefeitura assinou um empréstimo de US$ 50 milhões com a CAF para várias intervenções urbanas na cidade, incluindo obras de drenagem na Vila Pires e Vila América. No entanto, as mudanças de planos no Parque da Juventude levantam preocupações sobre o uso eficaz desses recursos.
A cidade de Santo André merece uma gestão que seja capaz de prever e abordar adequadamente os desafios, em vez de tomar decisões precipitadas que afetam um espaço tão valioso como o Parque da Juventude. O foco deve ser em soluções que beneficiem a juventude, a qualidade de vida e a resiliência da cidade diante das enchentes, em vez de uma retórica vazia.